Um roteiro por algumas coisas da minha vida, a praça Clichy, onde começa a Viagem, a rua Lamartine, há treze anos ficámos lá hospedados, novamente o final do Amante, estava em destaque naquela livraria a meio das Tulherias, não me lembro o nome, e ao lado dele Rabelais, edição completa. Passeios pela praça onde o Eco morava, e o Llosa tem por lá um boteco também, ninguém como os intelectuais de esquerda para topar espaço imobiliário premium, dois milhões de euros um apartamento de 90 metros quadrados, assim vale a pena lutar pelo povo, ali perto o refúgio do Joseph Roth, até tirei uma fotografia, creio que seria um pouco mais modesto, mulheres bonitas, um cheiro a mijo por todo o lado, um metropolitano sujo e abafado, sem-abrigo em cada rua, remessas de pretos a deitados no chão ou entretidos a tocarem nas campainhas das bicicletas a meio caminho da Bastilha, uma inumanidade, é a luta pelos povos, ao que parece, livrarias razoáveis, passei um par de vezes pela portuguesa-brasileira, comprei umas coisas, lá ao pé, estávamos nós sentados num jardim e apareceu um rebanho de telemóvel em punho a fotografar a porta dum prédio, ao que parece uma série qualquer foi lá gravada, é o que há, e a esplanada dum café, foram para lá balir e não nos dava para ler, pelo menos a comida asiática não está má, a minha mulher ganhou uma série de admiradores, e há um par de pastelarias novas e decentes; amanhã, ala para Haia, que 5 dias aqui chegam-me bem. Vir aqui entristeceu-me muito mais do que esperava e de uma maneira avassaladora, e não creio tê-lo escondido muito bem. Deixei a Duras lá na estante.
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