Fomos até Amsterdão, ver um Bosch e mais umas coisas que estão de empréstimo no museu do Reino. À volta, fomos apanhados por uma caminhada pela paz, uns velhadas, uns estudantes, gado, a caminhar pela paz, nas ruas caras da cidade. Tentámos evitar a todo o custo, mas não deu, apanhados que nem ratos... vieram dizer-nos que era pela paz, nada de bandeiras, símbolos... por todo o país...aqui em Haia, na estação, no regresso a casa, demos de tromba com uma rapaziada que parecia vinda do Carnaval, estavam a abrigar-se da carga d'água que entretanto desabou sobre a região... humanidade sim, mas a seco... mas, estávamos ainda em Amsterdão, e notavam-se as bandeiras da Palestina, por mim, tanto se me dá, dum lado ou doutro, quero é que se fodam todos, mas lá insistia, uma criatura, uma mulher, acho. Para despachar atrasados destes, só a matemática: se estavam ali milhares, então era arrancarem o mais depressa possível para lá, para a Terra Santa, uma semana de treino chega, guerrilha urbana, basta segurar bem na cobrar e atirar a eito assim que o gato entrar. Evidentemente, acabarão por ir com o caralho, mas, ao menos, lutam pela liberdade, não é assim?, e 10 ou 15 mil novos soldados, ora bem. Ou, se preferirem, juntem-se às IDF, formem uma legião, tanto me faz... andar em passeatas, a tirar fotografias, a gritar... isso não ajuda lá muito. Tomadas de posição só lá, onde conta. 

Cassandra

Há uns tempos, muito antes disto, descrevi, com grande exactidão, parece-me, como funcionam estas incursões, e o tipo de gente que as apoia - já as tinha visto, as pessoas que trabalham em frente à minha casa também, e nada, nada, constitui grande surpresa ou choque. Um par de pessoas apontou-me o sadismo, porque, enfim, é o leitor médio, o ser humano médio, não dá para muito mais. Circulou um video duma confissão, em que o capturado dizia que a intenção era violar os bebés. Não me pareceu muito convincente, mas a prática, essa já a vimos no submundo a leste e é o pão nosso de cada dia. Creio que ninguém sabe muito bem o que vem aí, mas não se perde nada em ler um pouco de Aristóteles. 

Outra vez, as opiniões... as discussões, debates, lenga-lenga... era levá-los lá, lado à escolha, e agora salvem-se... iam ver o verdadeiro valor das palavras, da profundidade do debate, da importância da história e da geografia quando elas passam a rasar, quando se ouve aquele assobio... o que eu gostava de ver essas matracas lá... tenho muita mágoa pelos animais, na transmissão da Reuters dava para ouvir os passarinhos de manhã, que bonitos... às vezes, conseguem fugir das explosões, mas para os  bichanos e para os cães é mais difícil, é morte certa. 

Como era mesmo aquela frase da Viagem, de sermos virgens no horror... isso...