domingo, 28 de abril de 2024

Assim ao longe, a coisa ganha contornos ainda mais ridículos, grotescos... o misticismo pacóvio e falsificado do dia da liberdade, das conquistas, da poesia na rua... só visto, a parolada analfabeta, os reformados da classe média alta, parasitas toda a vida, a escumalha politiqueira, todos a desfilar uma imensa estupidez e falta de vergonha avenida abaixo... um carnaval liliputiano, nada mais. 

O dia do Rei lá passou, chegámos de Gent e nem vestígio das feiras e bubas do dia. Melhor assim.





sábado, 27 de abril de 2024

Aproveitar o dia do Rei e fugir para Gent... nunca fui apreciador de manadas... amanhã uma visita ao Altar... por hoje, chegou-nos o museu das belas artes. Diverte-me imenso aquele quadro do Brueghel, O Escritório do Advogado, e a consciência universal e intemporal de que não há criatura mais baixa, desprezível e repugnante do que esse verme maligno.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Estive, como Argos, e isso ninguém o pode negar, à espera de quem mais amava, e deixei um amplo testemunho disso, guardado e, em breve, esquecido, porque a palavra no papel já nada vale. O resto, algumas fúrias e acções menos honrosas, não passaram de peripécias, circunstâncias, treva. Demoraram-se mais em mim, apenas isso. A viagem de regresso foi longa.

Passagens

 


Depois da peregrinação anual ao Danúbio, um dia em Pasau e mais alguns em Viena, e de uma visita de fim de semana a Trieste, o Domingo de Páscoa no Vaticano, e uma visita a Roma. A única coisa divertida foi a família portuguesa à minha frente na fila, da classe mérdia, como dizia aquela socióloga brasileira, um casal com dois filhos, um João Maria e uma menina quase adolescente, muito enjoada e enojada com o cheiro do mendigo que passou por nós, coitadinha. Aproveitei para lhes dizer que um par de pedaços de merda (uns óculos de sol de marca Ferrari postos numa manhã chuvosa denunciam qualquer cretino) só podia trazer ao mundo uma coisa daquelas e que é uma vergonha infestarem uma celebração sagrada. Foi o meu ensinamento e espero que o conservem o resto da vida. De resto, é tudo tão degradante, estas hordas ridículas, incultas, um espectáculo de bestialidade humilhante, as fotografias, o ruído, a estupidez, tudo tão inumano e bárbaro. Restam as livrarias e as igrejas, aquelas que não aparecem em filmes ou séries americanas, um pouco de silêncio, o mar Adriático, Trieste.

Cursos


 

Num destes dias, algures na Eslovénia, entre Viena e Trieste.