domingo, 19 de janeiro de 2025

É muito estranho. Anos e anos... vivi para recordar. Madrid, no fim do ano, para lembrar a viagem que fiz com ela.. este ano não gostei, tive febre, a viagem de regresso foi mais demorada... nem tudo foi mau, o Greco, o Escorial, Toledo, mas foi tempo a mais, aborrece-me a vida de hotel e restaurantes. Comprei uns livros engraçados, ao menos isso. Talvez volte noutra altura, quando houver alguma coisa no Prado. Em San Sebastian consegui ir à missa, um sermão muito bonito, o Bom Pastor... foi o que eu disse à minha mulher, que ela foi o meu Bom Pastor, que me reconduziu a Belém, ao Nascimento. E ela é extraordinariamente bela, creio, ao fim e ao cabo, que Nosso Senhor deve ter perdido a paciência comigo, ao me ter dado a vontade de vasculhar fotografias, de ver o que o tempo fez à L., como está destruída, imbecil, feia que mete dó... e como eu tenho passado meu tempo com um verdadeiro tesouro, como temos percorrido o Velho Mundo de comboio e mochila, como peregrinos, atrás das igrejas, da pintura e da música. Como é estranho estar livre duma dívida que nunca quis contrair, e como isso é bom.